quarta-feira, 28 de setembro de 2011

Fear Factory - Demanufacture

Sei que já faz um belo tempo que não dou as caras por aqui, porém para não quebrar o ciclo de postagens, ai vai a minha indicação! Album Demanufacture, lançado em 1995, da banda de Metal Industrial Fear Factory! Cheers \m/
- Treebeard






Phantom Lord

...Já que perdi meu tempo vamos lá:
Depois de muito tempo apenas ouvindo falar desta banda ocasionalmente, escutei um álbum do Fear Factory (por recomendação do mega-ausente Treebeard).
Era quase o que eu esperava, após ver breves descrições e rotulações sobre a banda na internet. Na verdade eu esperava algo mais “extremo” e mais eletrônico.
Afinal o que diabos é “extremo”? Bom, não existe uma verdade absoluta para o metal extremo, eu acho que bandas deste gênero são similares às bandas de thrash e/ou death metal, só que colocam outras coisas acima da musicalidade: agressividade, velocidade, temas sombrios, estilo de vida, revolta, urros, gorfos e várias outras baboseiras...
Enfim, o tal do metal extremo não é um estilo musical e sim uma corruptela, pelo simples e óbvio fato de deixar a musicalidade de lado.
Este álbum do Fear Factory não é a coisa mais extrema que ouvi, nem a pior, mas tem mais pontos negativos do que positivos.

Em relação as pitadas de som eletrônico espalhadas pelo álbum... elas não chegam a incomodar, mesmo porque nem aparecem em todas as músicas do Demanufacture. Ou seja, os pontos negativos são as características que acabam fritando minha paciência: o vocal que alterna entre “sou revoltado” e sou “ghotic-grunge”... (combinação medíocre) e a repetição sonora em certas músicas que também pode ser chamado de falta de criatividade para música (afinal o Fear Factory até é criativo para fazer barulho). É realmente difícil ser "musicalmente-criativo" quando se tenta ser o mais agressivo ou mais rápido, enfim quando há tentativa de ser “extremo”.

Algumas músicas se destacam por ser um pouco diferentes, mas não por ser melhores, por exemplo: Dog day sunrise...
As piores faixas do álbum Demanufacture são: A Therapy for Pain, Pisschrist e Replica. Como um todo, este álbum não é horrivelmente insuportável como alguns outros que passaram aqui pelo blog, mas é um trabalho que se distancia do heavy metal. Conclusão: disco de vertente mequetrefe do rock / metal.

Nota: 4

The Trooper

3Taí algo que eu esperava ser muito podre, entretanto achei razoável. Esse álbum me lembrou um pouco o "Arise" do Sepultura, com uma pegada moderninha (os vocaizinhos "a la" Slipknot e o som eletrônico). Eu diria que com um pouquinho mais de criatividade esse trabalho seria bom, a banda usa as velhas letras de "mamãe quero ser mau", apelando pro sangue, violência, morte e destruição e "mamãe sou anti-cristo", mas sem nenhuma construção interessante, mas o instrumental tem muita energia, o vocalista manda muito bem, e embora algumas faixas se pareçam muito, dá pra distinguir algumas, ponto notável para álbuns que seguem a linha thrash. Se comparar com a única coisa que eu ouvi com o rótulo de metal industrial, Rammstein, sou bem mais Fear Factory, embora pelo que eu andei lendo, parece que a banda começou com uma pegada thrash e foi caminhando para o new metal.


Meus destaques vão para Dog Day Sunrise e HK, e o ponto negativo para A Theraphy For Pain, que me lembrou da parte ruim de Type O Negative e é tão chata que quase baixou a nota do álbum pra baixo de 6.




Nota: 6,7.


The Magician


O Fear Factor consegue transmitir sua proposta principal como banda de groove/industrial: o medo.

Mas não por causa da ambientação e artifícios sonoros da produção e sim por causa da péssima qualidade do álbum, ... que medo...

Na primeira vez em que escutei até não achei tão ruim assim, talvez porquê quando nos deparamos com os trabalhos que fazem parte dos segmentos mais pesados do Metal, acabamos ouvindo-os de maneira mais "descompromissada", e o peso colocado nas distorções juntamente aos demais componentes até que agradam.

Mas o peso também carece de coerência e preocupação com as composições em geral. E prestando a atenção mais a fundo no trabalho, acaba que isso não acontece em Demanufacture, um álbum que se arrasta em sequencias de músicas (?) lamentavelmente tediosas, mesmo com interferência do bumbo duplo e das tais distorções.

A abordagem dos vocais alterna entre o gutural monstruoso e o suave soturno, aquele utilizado por Peter Steele em seus trabalhos no TON, que aliás provavelmente tenha sua influência sobre o terceiro álbum do Fear Factor, pois alem das partes vocais ouve-se também aquele doentio teclado gótico passear pelas faixas do Demanufature.

Essa postagem me fez lembrar o extinto gameshow da MTV - "Garganta e Torcicolo", em que o apresentador JG "tirou um côco" com o Metallica dizendo que o som deles era "MUI-TO LEN-TO...MUUI-TO LEEN-TO...", para em seguida no programa seguinte colocar em sua trilha sonora o som do Fear Factor afirmando: "Isso aqui é uma pauleira do kar@#%$!!". Será que ele escutou a música "A Therapy for Pain"???

Gosto da idéia e da temática da banda, sobre o dilema (direcionado para o apocalíptico) homem vs. máquina, mas poderia ser muito melhor traduzido tanto na sonoridade quanto na retórica mesmo. Dá a impressão que os americanos roubaram uma boa ideia de alguém pra fazer uma bela porcaria

Nota: 4 ou \m/\m/.

8 comentários:

  1. Entendi alguns do seus esclarecimentos sr. Phantom, no entanto interpreto a terminologia de "musicalidade extrema" de uma forma um pouco diferente.
    O "Metal extremo" não existe, já que na tentativa de extremar o gênero (que como vc disse poucas vezes tem a ver com música) o camarada acaba automaticamente criando uma ramificação do estilo.
    O que existe é o Metal+adjetivo+extremo,ou seja,"Black Metal extremo", "Trash Metal Extremo", etc..

    Mas como via de regra toda vez que o cara usa o "extremo" em um genero ou sub-gênero acaba perigando de criar uma nova hierarquia no diagrama do Metal; "Trash Industry (extremo) Metal" ou "Black Evil (extremo) Metal"

    Não sei se consegui explicar...isso tudo é muito extremo...

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  2. Existem bandas pouco criativas que fazem músicas que acabam parecidas umas com as outras ao longo da discografia. Porém o Fear Factor parece colocar algumas "coisas" acima da musicalidade, como várias outras bandas supostamente mais "agressivas"...

    Hmm... mas dar a mesma nota pro Black Hand Inn do Running e pra este disco do Fear Factory... tsc, tsc. Só o Trooper mesmo.

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  3. Se fosse 1 faixa do BHI vs 1 faixa do Demanufacture, Running Wild ganhava de lavada...mas não é...

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  4. Qual o conceito de criatividade dentro da música na visão de vocês?

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  5. Vou dar um exemplo prático: Master of Puppets.

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  6. Vou dar um outro exemplo prático: qualquer coisa diferente de Demanufacture.

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  7. Eu discordo um pouco da definição de Metal Extremo dada pelo Phantom, quem é músico entende que um estilo como a música do Cannibal Corpse por exemplo precisa de técnica, noção de tempo e harmonia como qualquer música ao redor do mundo, o extremismo entenda-se vocal gutural, partes rapidíssimas e ultra intrincadas foi um desenvolvimento natural dos diversos estilos dentro do metal, provavelmente nossos avós acostumados com Beach Boys considerariam Slayer uma "corruptela" como voce mesmo citou no texto e o que sabemos não é verdade.

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    1. Fala, Ed! Na verdade esse é um assunto meio polêmico que provavelmente cada um dá uma opinião e raramente chega-se a um acordo. O que você citou é verdade; gerações anteriores podem achar até mesmo praticamente todo o heavy metal uma "corruptela" do rock n roll da época dos Beatles, Elvis etc. Talvez o que seja válido questionar (ou refletir) é até onde algo é arte e a partir de que ponto se torna apenas expressões (não artísticas) de um determinado indivíduo ou grupo? Na minha resenha do Unisonic - Light of Dawn eu citei que arte (incluindo música, é claro) é composta de inspiração e trabalho. Inspiração, creio eu, está ligada à percepções, intuição, desejo até o repertório da pessoa. Mas a maneira que expomos isso é sempre arte? música? Daí talvez, sobra só a interpretação de cada um... E minha interpretação (de avô?) entende os gêneros extremos como corruptelas do heavy metal.

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